FOI CONFIRMADO: 17 anos após crime Alexandre Nardoni foi s… Ver mais

Na tarde da última segunda-feira (6), um acontecimento inesperado ocorreu discretamente nos corredores da Penitenciária II de Tremembé, localizada no interior de São Paulo. Sem alarde, discursos ou câmeras, Alexandre Nardoni — condenado por um dos crimes mais chocantes da história recente do Brasil, o assassinato de sua filha Isabella Nardoni, que tinha apenas cinco anos — atravessou os portões da prisão.
O relógio marcava 18h10 quando um alvará de soltura oficializou esse momento. O destino? A cidade de São Paulo. O passado? Esse é impossível de ser apagado.
Agora em liberdade, Nardoni cumpriu 16 anos de pena, parte deles em regime fechado e posteriormente em regime semiaberto. Recentemente, a Justiça autorizou sua progressão para o regime aberto. Contudo, essa liberdade vem acompanhada de regras estritas: ele deve permanecer em casa durante a noite, apresentar comprovação de trabalho em até 90 dias e comparecer regularmente à Vara de Execuções Criminais, entre outras exigências.
Essa decisão, no entanto, é recebida com perplexidade por muitos brasileiros.
Do tribunal ao recomeço: um caminho sob julgamento
Condenado em 2010 a mais de 30 anos de prisão, Alexandre transformou sua história — e a da filha — em um símbolo do horror.
A imagem de Isabella, frágil e indefesa ao ser lançada do sexto andar de um prédio na Zona Norte da capital paulista, permanece viva na memória coletiva. As evidências, os depoimentos e a frieza dos envolvidos chocaram o país.
A madrasta da menina, Anna Carolina Jatobá, também foi condenada. Cumpriu parte da pena e já recuperou a liberdade. Agora, os dois compartilham novamente o mesmo teto: a residência do pai de Alexandre, o empresário Antônio Nardoni, no bairro de Santana.
Uma ironia que poderia parecer ficcional, mas é uma realidade. Nesse novo lar, conforme o parecer social que fundamentou a decisão judicial, Alexandre deverá também exercer uma função — como empregado na construtora do pai.
“O recente falecimento materno faz com que ele passe a residir com seu pai, esposa, irmão e filhos”, afirma o documento. A narrativa quase se aproxima da normalidade. Contudo, nada nesse enredo é comum.
Reabilitação ou revitimização?
O advogado de defesa, Roberto Podval, não hesitou em apoiar a medida. “A decisão é irretocável”, afirmou. “Se não considerarmos a ideia de reabilitação, a pena terá um efeito perverso.”