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URGENTE: Adolescente de 14 anos que matou pai e mãe acabou sendo… veja mais

Adolescente de 14 anos comete crime chocante e levanta debates sobre internação e justiça

Na pequena cidade de Itaperuna, no interior do Rio de Janeiro, um caso trágico abalou a comunidade e reacendeu discussões sobre a responsabilização de menores infratores. Um adolescente de apenas 14 anos confessou ter assassinado os pais e o irmão mais novo, de 3 anos, em um crime que chocou pela frieza e pelas motivações aparentemente banais. O caso, ocorrido no último sábado, dia 21 de junho de 2025, trouxe à tona questões sobre saúde mental, influência de relacionamentos virtuais e os limites do sistema socioeducativo brasileiro.

O crime e suas circunstâncias

O adolescente, cuja identidade é protegida por lei devido à sua menoridade, teria cometido os assassinatos após um desentendimento com os pais, que o proibiram de viajar para outro estado para encontrar uma garota com quem mantinha um relacionamento virtual. A relação, iniciada em jogos online, parecia ser um ponto central na vida do jovem, que demonstrou extrema insatisfação com a decisão dos pais. Em um ato premeditado, ele aguardou que a família estivesse dormindo, pegou a arma do pai – registrada legalmente, já que ele era colecionador autorizado – e disparou contra os pais e o irmão. Os corpos foram encontrados dias depois, escondidos em uma cisterna na residência da família, após o jovem tentar encobrir o crime alegando que os familiares haviam desaparecido.

O que torna o caso ainda mais perturbador é a frieza relatada pelo adolescente ao confessar o crime. Ele teria afirmado que “faria tudo de novo”, sem demonstrar arrependimento. Além disso, investigações apontaram que o jovem pesquisou na internet formas de acessar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) de uma pessoa falecida, sugerindo que o crime poderia ter motivações financeiras, além do conflito familiar.

Internação e o sistema socioeducativo

Após a confissão, o adolescente foi apreendido pela Polícia Civil e a Justiça determinou sua internação provisória. Ele foi encaminhado ao Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), órgão responsável por menores infratores no Rio de Janeiro. A internação, conforme previsto pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é a medida socioeducativa mais grave aplicável a menores de 18 anos no Brasil. No entanto, a legislação estabelece que o período máximo de internação é de três anos, com liberação compulsória aos 21 anos, independentemente da gravidade do ato infracional.

O caso levanta questionamentos sobre a eficácia desse sistema. Muitos se perguntam se três anos de internação são suficientes para reabilitar um jovem que cometeu um crime tão grave, especialmente diante de indícios de premeditação e falta de remorso. Especialistas sugerem que o adolescente pode ser submetido a avaliações psicológicas para determinar se há transtornos mentais, como traços de psicopatia, que possam justificar uma abordagem diferenciada, incluindo internação por tempo indeterminado em casos extremos.

Reflexões sobre o caso

O crime cometido pelo adolescente de 14 anos não é apenas uma tragédia familiar, mas um espelho de questões sociais mais amplas. A influência de relacionamentos virtuais, muitas vezes intensificados por jogos online e redes sociais, tem preocupado especialistas, que apontam para a dificuldade de pais em acompanhar a vida digital de seus filhos. Além disso, a facilidade de acesso a armas de fogo, mesmo que legalmente registradas, reacende o debate sobre o controle de armamentos em lares com adolescentes.

A frieza do jovem também levanta alertas sobre a saúde mental na adolescência. A falta de arrependimento e a justificativa de que matou o irmão para “poupá-lo” da dor de perder os pais sugerem um distanciamento emocional que pode indicar problemas psicológicos profundos. Programas de acompanhamento psicológico e socioeducativo, tanto em escolas quanto em instituições como o Degase, são vistos como essenciais para prevenir casos semelhantes.

Um chamado à reflexão

O caso de Itaperuna não é isolado, mas reacende a necessidade de discutir como a sociedade lida com adolescentes em conflito com a lei. A legislação brasileira, com seu foco na ressocialização, busca equilibrar a punição com a reabilitação, mas casos extremos como esse desafiam os limites desse modelo. A internação do jovem no Degase é apenas o primeiro passo de um processo que envolve avaliações psicológicas, acompanhamento socioeducativo e, acima de tudo, a tentativa de entender o que levou um adolescente a cometer um ato tão extremo.

Enquanto a comunidade de Itaperuna tenta se recuperar do choque, a história do adolescente de 14 anos serve como um alerta para a importância de fortalecer os laços familiares, monitorar o impacto das interações virtuais e investir em políticas públicas que promovam a saúde mental e a educação emocional de jovens. A tragédia, embora irreparável, pode ser um ponto de partida para mudanças que evitem que outros lares se tornem palco de tamanha violência.