Política

‘UM PASSO DE CAIR’: Chega a notícia que preocupa Lula, congresso vai pra cima e Lula pode acabar como Dilma

As Tensões entre Lula e Trump: Tarifas, Diplomacia e o Pedido de Impeachment

Desde a volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos em 2025, as relações entre o Brasil, sob a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva, e os EUA têm enfrentado momentos de alta tensão. O epicentro do conflito está na decisão de Trump de impor uma tarifa de 50% sobre as exportações brasileiras, uma medida que não apenas abala as relações comerciais bilaterais, mas também carrega um forte componente político. Este artigo explora os desdobramentos desse embate, suas implicações e o recente pedido de impeachment contra Lula, além de abordar o histórico de pedidos de impeachment contra o presidente brasileiro.

O Conflito com Trump: Tarifas e Interferência Política

A escalada das tensões entre Lula e Trump começou a tomar forma quando o presidente norte-americano anunciou, em 9 de julho de 2025, a imposição de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. A justificativa de Trump para essa medida drástica foi dupla: ele alegou que o Brasil mantém uma relação comercial “injusta” com os EUA, causando supostos déficits comerciais, e criticou veementemente o que chamou de “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado político de Trump.

Trump, em uma carta pública endereçada a Lula, classificou a persecução judicial contra Bolsonaro — que enfrenta acusações de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 — como uma “desgraça internacional”. Ele exigiu o fim imediato do processo judicial, acusando o Brasil de ataques à liberdade de expressão e aos direitos democráticos, além de citar decisões da Suprema Corte brasileira contra plataformas de redes sociais americanas, como a suspensão temporária do X no Brasil. A carta, publicada nas redes sociais de Trump, foi interpretada como uma tentativa direta de interferir nos assuntos internos do Brasil, o que gerou uma reação contundente de Lula.

O presidente brasileiro respondeu com firmeza, destacando a soberania do Brasil e a independência de suas instituições. Em declarações públicas, Lula afirmou que o Brasil não aceitaria “tutela” de nenhum país e que responderia às tarifas americanas com reciprocidade, conforme previsto na Lei de Reciprocidade Econômica aprovada pelo Congresso brasileiro. Ele também desmentiu a alegação de Trump sobre déficits comerciais, apontando que os EUA mantêm um superávit comercial com o Brasil, com dados oficiais indicando um saldo positivo de US$ 7,4 bilhões em 2024. Além disso, Lula criticou a postura de Trump, declarando que “o mundo não precisa de um imperador” e reforçando a importância do respeito mútuo nas relações internacionais.

O embate tarifário tem implicações econômicas significativas. Embora os EUA sejam o segundo maior parceiro comercial do Brasil (atrás apenas da China), as exportações brasileiras para o mercado americano representam menos de 2% do PIB do país. Isso dá ao Brasil uma relativa resiliência para enfrentar as tarifas, mas setores como agricultura (café, carne, soja) e indústria (máquinas e aviões) podem sofrer impactos, com aumento de preços nos EUA e potenciais perdas para exportadores brasileiros. Lula, por sua vez, sinalizou a possibilidade de retaliar com tarifas equivalentes sobre produtos americanos, como bens agrícolas e tecnologia, o que poderia escalar o conflito para uma guerra comercial.

As Implicações Políticas no Brasil

O confronto com Trump trouxe consequências políticas internas no Brasil. Para Lula, a postura firme contra as ameaças tarifárias pode ser uma oportunidade de recuperar popularidade, que vem enfrentando desafios em seu terceiro mandato. Pesquisas recentes indicam que a aprovação de Lula tem caído, com a polarização política ainda forte no país. Ao se posicionar como defensor da soberania nacional, Lula busca galvanizar apoio doméstico, especialmente entre eleitores que rejeitam qualquer forma de interferência estrangeira.

Por outro lado, a intervenção de Trump em favor de Bolsonaro fortaleceu a narrativa da oposição brasileira, que vê no ex-presidente um mártir político. Apoiadores de Bolsonaro, incluindo figuras como o deputado federal Nikolas Ferreira, têm usado o embate para criticar Lula, acusando-o de provocar uma crise diplomática e econômica com os EUA. Essa polarização culminou em um novo pedido de impeachment contra Lula, protocolado em julho de 2025.

O Pedido de Impeachment

Em 15 de julho de 2025, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), com o apoio de 71 deputados, apresentou um pedido de impeachment contra Lula. A acusação central é de crime de responsabilidade, com base em três pontos principais: a suposta deterioração das relações com os EUA devido à resposta de Lula às tarifas de Trump; críticas do presidente brasileiro às políticas de Trump; e a aproximação do Brasil com países como o Irã, que desagradam o governo americano. O pedido também menciona a postura de Lula em defesa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que tem sido alvo de críticas de Bolsonaro e seus aliados por suas decisões contra desinformação e ataques à democracia.

No entanto, o pedido de impeachment enfrenta obstáculos significativos. Para ser levado adiante, ele precisa do apoio de 342 deputados (dois terços da Câmara), um número que a oposição está longe de alcançar, especialmente considerando que Lula mantém uma coalizão majoritária no Congresso, ainda que fragilizada. Além disso, a economia brasileira tem mostrado resiliência, com desempenho acima do esperado em 2024, e Lula mantém apoio entre setores não conservadores da população. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, minimizou o pedido, chamando-o de “normal” no contexto político brasileiro, onde pedidos de impeachment se tornaram ferramentas de pressão política mais do que ameaças reais.

Histórico de Pedidos de Impeachment contra Lula

Desde o início de seu terceiro mandato, em janeiro de 2023, Lula já enfrentou pelo menos 12 pedidos de impeachment, segundo registros do Congresso Nacional. Esses pedidos, em sua maioria, foram apresentados por deputados da oposição ligados a Bolsonaro e baseiam-se em acusações variadas, como declarações polêmicas, decisões econômicas contestadas e supostos crimes de responsabilidade. Um exemplo notável ocorreu em março de 2024, quando parlamentares de extrema-direita protocolaram um pedido após Lula comparar as ações de Israel em Gaza ao Holocausto, o que gerou controvérsia internacional.

Nenhum desses pedidos, incluindo o mais recente de Nikolas Ferreira, conseguiu avançar significativamente. A fragmentação do Congresso e a falta de apoio popular para um impeachment, aliados à ausência de uma crise econômica ou política grave o suficiente, tornam improvável que Lula seja destituído por essa via. No entanto, os pedidos refletem a polarização persistente no Brasil e a estratégia da oposição de manter pressão constante sobre o governo.

Conclusão

O embate entre Lula e Trump é mais do que uma disputa comercial; é um confronto que mistura interesses econômicos, ideologias políticas e questões de soberania. Para Lula, a postura de enfrentamento às tarifas americanas pode ser uma oportunidade de reforçar sua imagem como líder defensor dos interesses nacionais, mas também o coloca em uma posição delicada, com a oposição explorando o conflito para desgastá-lo. O pedido de impeachment de julho de 2025, embora improvável de prosperar, é um reflexo dessa tensão e da fragilidade da coalizão governista no Congresso. Com pelo menos 12 pedidos de impeachment já protocolados em seu terceiro mandato, Lula enfrenta um cenário político desafiador, mas sua experiência e a resiliência econômica do Brasil podem ser suficientes para mantê-lo no comando, enquanto ele navega pelas águas turbulentas das relações internacionais e da política doméstica.