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Jair Bolsonaro é Submetido ao Uso de Tornozeleira Eletrônica em Nova Operação da Polícia Federal
Na manhã desta sexta-feira, 18 de julho de 2025, o ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) em Brasília, que resultou na imposição de medidas restritivas, incluindo o uso obrigatório de uma tornozeleira eletrônica. A ação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), marca mais um capítulo nas investigações que envolvem o ex-mandatário, acusado de liderar uma suposta trama golpista em 2022.
A operação envolveu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Bolsonaro, como sua residência no bairro Jardim Botânico e seu escritório político na sede do Partido Liberal (PL), legenda à qual é filiado. A PF também confiscou celulares, documentos e um computador durante as buscas. As medidas cautelares impostas ao ex-presidente incluem, além do monitoramento por tornozeleira, a proibição de acessar redes sociais, a restrição de contato com outros investigados ou réus no processo, incluindo seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, que atualmente está nos Estados Unidos, e a obrigatoriedade de recolhimento domiciliar noturno, entre 19h e 7h, além de finais de semana.
A decisão do STF, sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, foi motivada por indícios de que Bolsonaro poderia estar planejando uma fuga, possivelmente com pedido de asilo político ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. As investigações apontam que o ex-presidente teria atuado para dificultar o andamento do processo relacionado à tentativa de golpe de Estado, o que poderia configurar crimes como obstrução de Justiça, coação no curso do processo e ataque à soberania nacional. A PF também sugeriu a possibilidade de um plano de fuga terrestre, uma vez que o passaporte de Bolsonaro foi apreendido anteriormente por determinação judicial, impedindo-o de deixar o país por vias aéreas.
Bolsonaro, que já é réu no STF por sua suposta participação na trama golpista de 2022, enfrenta acusações graves, incluindo organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Caso condenado, a pena pode ultrapassar 40 anos de prisão. Além disso, ele está inelegível até 2030, conforme decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o condenou por ataques infundados ao sistema eleitoral brasileiro.
A imposição da tornozeleira eletrônica ocorre em um momento delicado para o ex-presidente, às vésperas do julgamento da trama golpista e em meio a tensões políticas envolvendo o bolsonarismo e o governo americano. Recentemente, o deputado Eduardo Bolsonaro esteve nos Estados Unidos, onde, segundo relatos, buscou apoio do governo Trump para pressionar o STF em relação às investigações contra seu pai. O ex-presidente também se pronunciou sobre as sobretaxas de 50% impostas por Trump aos produtos brasileiros, negando influência direta sobre a decisão, mas pedindo a devolução de seu passaporte para negociar com o líder americano.
As medidas restritivas impostas a Bolsonaro geraram reações polarizadas. Seus apoiadores classificam a decisão como uma perseguição política, enquanto críticos argumentam que as ações são necessárias para garantir o andamento das investigações e evitar tentativas de obstrução ou fuga. O PL e a defesa de Bolsonaro ainda não se manifestaram oficialmente sobre a operação, mas aliados próximos confirmaram que o ex-presidente foi levado na manhã desta sexta-feira para instalar a tornozeleira eletrônica.
A situação de Jair Bolsonaro reflete o agravamento das tensões políticas no Brasil, com reflexos internacionais, e reforça o papel do STF na condução de casos sensíveis relacionados à defesa da democracia. O uso da tornozeleira eletrônica simboliza um marco nas investigações, colocando o ex-presidente sob monitoramento constante enquanto o país aguarda os desdobramentos do processo que pode definir seu futuro político e jurídico.
