Em caso raro, bebê nasce com feto da irmã gêmea dentro da próprio abdômen

Caso Raro: Bebê Nasce com Feto da Irmã Gêmea no Abdômen
Um fenômeno médico extremamente raro tem chamado a atenção do mundo: uma bebê nasceu com o feto de sua irmã gêmea alojado dentro de seu próprio abdômen. Esse caso, conhecido como fetus in fetu (feto dentro de feto), é uma anomalia congênita que ocorre em aproximadamente 1 a cada 500 mil nascimentos, tornando-o um evento de grande interesse para a comunidade científica.
O que é o Fetus in Fetu?
O fetus in fetu é uma condição em que, durante o desenvolvimento inicial de gêmeos idênticos, um dos embriões não se separa completamente do outro e acaba sendo incorporado ao corpo do gêmeo mais desenvolvido. Em vez de crescer no útero materno, o feto “parasita” se desenvolve dentro do corpo do irmão, utilizando seu suprimento de sangue e nutrientes para sobreviver. Esse feto geralmente não é viável, pois não possui órgãos vitais, como coração ou cérebro, e depende completamente do hospedeiro.
A condição ocorre devido a uma falha na divisão do zigoto, o óvulo fecundado que deveria formar dois embriões distintos. Se a separação acontece na primeira semana de gestação, formam-se gêmeos idênticos. Na segunda semana, podem surgir gêmeos siameses. No entanto, quando a divisão ocorre após esse período, pode resultar no fetus in fetu, com um embrião sendo absorvido pelo outro.
O Caso da Bebê Colombiana
Um dos casos mais emblemáticos desse fenômeno ocorreu em Barranquilla, na Colômbia, com a bebê Itzamara. Durante um exame de ultrassom na 35ª semana de gestação de sua mãe, Mónica Vega, os médicos detectaram algo incomum: a presença de dois cordões umbilicais, apesar de Mónica não estar esperando gêmeos. Após uma análise mais detalhada, foi identificado que Itzamara carregava um feto parcialmente desenvolvido em seu abdômen, conectado ao seu intestino por um cordão umbilical.
O feto “parasita” era pequeno, com cerca de 5 centímetros, e possuía membros rudimentares, mas não tinha coração nem cérebro, dependendo do sistema circulatório de Itzamara para se manter. Essa condição representava um risco significativo para a saúde da bebê, pois o feto parasita poderia causar desnutrição, enfraquecimento ou danos aos órgãos da irmã.
Intervenção Médica
Para evitar complicações, a equipe médica optou por realizar uma cesariana na 37ª semana de gestação. Itzamara nasceu saudável, pesando 3,2 kg, mas foi submetida a uma cirurgia delicada 24 horas após o nascimento para a remoção do feto parasita. O procedimento foi bem-sucedido, e a bebê se recuperou bem, sem sequelas aparentes. Segundo os médicos, a identificação precoce durante o pré-natal foi crucial para o sucesso do caso, já que, em muitas situações, o fetus in fetu só é descoberto após o nascimento, às vezes anos depois, quando o hospedeiro apresenta sintomas como dores abdominais ou inchaço.
Outros Casos e Implicações
Embora o caso de Itzamara tenha sido amplamente divulgado, outros casos semelhantes já foram registrados. Por exemplo, em 2019, uma jovem indiana de 17 anos descobriu, após sentir dores abdominais, que carregava um feto parasita desde o nascimento. Em outro caso, na China, um feto foi encontrado no cérebro de uma criança de um ano, demonstrando que a condição pode se manifestar em diferentes partes do corpo, embora o abdômen seja a localização mais comum.
A condição fetus in fetu levanta questões fascinantes sobre o desenvolvimento humano e os mistérios da gestação. Apesar de ser uma anomalia rara, ela destaca a importância do acompanhamento pré-natal e dos avanços em tecnologias de imagem, como ultrassom e raios-x, que permitem a detecção precoce de anomalias congênitas.
Conclusão
O caso da bebê que nasceu com o feto de sua irmã gêmea no abdômen é um exemplo impressionante da complexidade do desenvolvimento fetal. Embora raro, o fetus in fetu demonstra como eventos imprevisíveis durante a gestação podem levar a condições únicas, que desafiam a medicina e fascinam cientistas e leigos. Graças à rápida intervenção médica, histórias como a de Itzamara têm finais felizes, com a possibilidade de uma vida saudável para o bebê hospedeiro. Casos como esse reforçam a importância de avanços na medicina fetal e do acompanhamento cuidadoso durante a gravidez, garantindo a segurança tanto da mãe quanto do bebê.