Nikolas toma atitude e pega Bolsonaro de surpresa durante ato: ‘Não pod…Ver Mais

No último domingo, 3 de agosto de 2025, milhares de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro tomaram as ruas de diversas cidades brasileiras em manifestações que ecoaram pautas como a anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao ministro Alexandre de Moraes, além de mensagens de apoio ao ex-presidente, que enfrenta medidas cautelares impostas pelo STF, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de sair de casa aos fins de semana. As manifestações, realizadas em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Belém, além de cidades do interior, reuniram apoiadores que exibiram bandeiras do Brasil, dos Estados Unidos e de Israel, em um movimento que também celebrou as recentes sanções impostas pelo governo de Donald Trump ao ministro Moraes.
O Contexto das Manifestações
As manifestações foram impulsionadas por aliados de Bolsonaro em um momento de tensão política, marcado pela inelegibilidade do ex-presidente até 2030 e por sua condição de réu em um processo no STF, acusado de participar de uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Os atos, organizados por figuras como o pastor Silas Malafaia e parlamentares do Partido Liberal (PL), tiveram como objetivo demonstrar a força política do bolsonarismo e pressionar por pautas como a anistia aos presos do 8 de janeiro e o impeachment de Alexandre de Moraes, acusado pelos manifestantes de perseguição política.
Em São Paulo, o principal ato ocorreu na Avenida Paulista, onde milhares de pessoas se reuniram a partir do meio-dia, com o evento começando oficialmente às 14h. Organizado por Malafaia, o ato contou com dois trios elétricos e discursos inflamados de políticos aliados, como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que se destacou como uma das principais vozes do evento.
O Papel de Nikolas Ferreira e a Ligação para Bolsonaro
Um dos momentos mais marcantes das manifestações ocorreu em Belo Horizonte, na Praça da Liberdade, onde Nikolas Ferreira liderou o ato local. Durante seu discurso, o deputado federal fez duras críticas ao STF e, em especial, a Alexandre de Moraes, a quem acusou de agir como “dono do Brasil”. Nikolas provocou o ministro, afirmando que “sem toga, você não é nada” e fez referência às sanções impostas pelos Estados Unidos com base na Lei Magnitsky, que acusam Moraes de violações de direitos humanos. O parlamentar também anunciou que protocolará, nesta semana, o 30º pedido de impeachment contra o ministro, convocando uma nova manifestação para o dia 7 de setembro.
Em um gesto simbólico, Nikolas Ferreira realizou uma videochamada com Jair Bolsonaro, que, devido às restrições judiciais, não pôde comparecer fisicamente aos atos. Durante a ligação, transmitida para os manifestantes, Bolsonaro agradeceu o apoio e reforçou a mensagem de luta pela “liberdade”. A participação virtual do ex-presidente, que também acompanhou os atos de outras cidades, como Belém e Brasília, por videochamada, emocionou os presentes e serviu como uma forma de contornar as limitações impostas pelo STF. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, presente no ato em Belém, também destacou a “censura” sofrida pelo marido, reforçando o tom de indignação contra o Judiciário.
Outros Destaques dos Atos
No Rio de Janeiro, a manifestação em Copacabana contou com a presença do senador Flávio Bolsonaro e do governador Cláudio Castro, que discursaram em defesa de Bolsonaro e agradeceram o apoio de Donald Trump às pautas bolsonaristas. Em Brasília, o ato ocorreu no Eixo Rodoviário Sul, com cerca de 4 mil pessoas, segundo estimativas da Polícia Militar. Bandeiras dos Estados Unidos foram exibidas em várias cidades, acompanhadas de faixas com mensagens como “Thank you, Trump” e “Leave Bolsonaro alone”, em referência às sanções contra Moraes.
Os manifestantes também criticaram o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, especialmente pela condução da diplomacia em relação aos Estados Unidos, que resultou em tarifas de 50% sobre exportações brasileiras. Parlamentares como Bia Kicis (PL-DF) e Caroline de Toni (PL-SC) reforçaram o discurso de “resgate da democracia” e contra o que chamaram de “ditadura judicial”.
Impacto e Perspectivas
Embora as manifestações tenham reunido milhares de pessoas, estimativas apontam que a adesão foi menor em comparação com atos anteriores, como o de abril de 2025 na Avenida Paulista, que atraiu cerca de 44,9 mil participantes. A ausência física de Bolsonaro, somada à ausência de alguns aliados de peso, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que marcou uma cirurgia para o mesmo dia, levantou questionamentos sobre a força do movimento. Ainda assim, os organizadores, como Silas Malafaia, minimizaram a questão dos números, enfatizando a importância de “marcar posição”.
As manifestações de 3 de agosto reforçam o bolsonarismo como uma força política ativa, apesar dos desafios legais enfrentados por seu líder. A participação virtual de Bolsonaro e a liderança de figuras como Nikolas Ferreira indicam uma estratégia de manter a mobilização popular mesmo em um contexto de restrições. A convocação para novos atos, como o anunciado para 7 de setembro, sugere que o movimento busca manter a pressão sobre o STF e o governo federal, enquanto se prepara para as eleições de 2026.
Os eventos de ontem, com suas bandeiras verde-amarelas e mensagens de apoio a Bolsonaro, mostram que o bolsonarismo segue vivo, buscando capitalizar o descontentamento de parte da população com o cenário político atual. Resta saber se a estratégia de atos presenciais combinada com a presença virtual do ex-presidente será suficiente para manter a coesão e o ímpeto do movimento nos próximos meses.