Política

Quem é Soraya Tronick? Ex-bolsonarista, agora ela já ganhou 150 mil seguidores às custas de Virgínia.

Soraya Thronicke é uma senadora por Mato Grosso do Sul, eleita em 2018 pelo PSL, partido de Jair Bolsonaro, com cerca de 373 mil votos. Advogada e empresária, ela administra uma rede de motéis em Campo Grande e ganhou projeção política nos protestos pelo impeachment de Dilma Rousseff em 2016. Inicialmente alinhada ao bolsonarismo, defendia pautas conservadoras como porte de armas e endurecimento penal.

Por que abandonou Bolsonaro?

Soraya rompeu com Bolsonaro por divergências ideológicas e decepções com a gestão dele. O afastamento começou em 2019, quando Flávio Bolsonaro a pressionou para retirar sua assinatura da CPI da Lava Toga, que investigaria tribunais superiores, o que ela recusou. Durante a CPI da Covid, em 2021, ela criticou a demora na compra de vacinas e o incentivo a tratamentos ineficazes, como a cloroquina. Também se posicionou contra ataques de Bolsonaro a jornalistas, como Vera Magalhães, e adotou uma postura independente, aliando-se a pautas femininas e críticas ao machismo. Soraya acusou o governo de trair bandeiras como o combate à corrupção e o liberalismo econômico, enquanto aliados de Bolsonaro a chamaram de “traidora”.

Como ganhou?

Em 2018, Soraya surfou a onda bolsonarista, usando o slogan “a senadora do Bolsonaro”. Sua campanha capitalizou o sentimento antipolítica e a popularidade de Bolsonaro, conquistando eleitores com discurso conservador e de renovação. Ela venceu como a segunda mais votada para o Senado em Mato Grosso do Sul, beneficiada pela força do PSL e pela rejeição ao establishment.

CPI das Bets

Soraya é relatora da CPI das Bets, instalada em novembro de 2024 no Senado para investigar irregularidades em apostas online, como lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e impactos sociais, incluindo endividamento familiar. A comissão apura possíveis ligações com organizações criminosas e a falta de regulamentação do setor, que deveria ter sido feita desde 2018, no governo Temer, mas foi negligenciada também no governo Bolsonaro. Soraya ganhou destaque ao dar voz de prisão ao empresário Daniel Pardim Tavares Lima, em abril de 2025, por falso testemunho, após ele negar conhecer uma sócia, Adélia Soares, ligada à empresa Payflow, investigada por jogos ilegais. A CPI também ouviu influenciadores como Virgínia Fonseca, convocada por promover apostas online, para discutir conflitos éticos e regulamentação. Soraya enfrentou pressões para encerrar a CPI, mas defendeu sua continuidade até abril de 2025, alegando apoio da Polícia Federal e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre.

Ela se posiciona como firme, usando a expressão “virar onça” (inspirada em Juma Marruá, de Pantanal) para reforçar sua postura combativa, especialmente em embates com bolsonaristas, como Ciro Nogueira, na CPI.