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Tristeza e dor: Comunicamos a morte do nosso querido padre Wilson, seu corpo est… Ver mais

A BR-280, geralmente marcada pelo silêncio, foi palco de um trágico evento na manhã de terça-feira, 1º de outubro. Sirenes ecoaram e pneus cantaram no asfalto gelado de Mafra, no Planalto Norte de Santa Catarina, onde um acidente tirou a vida do padre Wilson Maiorki, de 56 anos. A poucos momentos de celebrar seus 57 anos, na quarta-feira (2), o que deveria ser um dia de alegria transformou-se em luto, deixando um vazio e muitas perguntas sem resposta.

Por volta das 10h, a rotina da rodovia foi quebrada pela colisão violenta entre o Fiat Cronos conduzido pelo padre e uma carreta. Wilson Maiorki, figura querida nas comunidades católicas do Meio-Oeste catarinense, estava ao volante. Testemunhas descreveram uma cena que parecia suspender o tempo: destroços espalhados pela pista, socorristas correndo contra o relógio e uma atmosfera carregada de angústia.

De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar, a força do impacto foi devastadora, deixando o padre em parada cardiorrespiratória. Uma bombeira militar e policiais penais, que passavam pelo local, lutaram incansavelmente para reanimá-lo ali mesmo, às margens da rodovia. Apesar dos esforços, o tempo foi implacável. Wilson chegou com vida à Fundação Hospitalar de Rio Negrinho, mas não resistiu aos ferimentos. O motorista da carreta, de 51 anos, sofreu apenas ferimentos leves, mas permaneceu no local, profundamente abalado.

Uma trajetória marcada pela fé

Wilson Maiorki não era apenas um sacerdote, mas uma referência de dedicação e serviço. Nascido em Três Barras, Santa Catarina, ele construiu uma vida dedicada à Igreja, leaving marcas em cidades como Fraiburgo, Irineópolis e na Catedral São Francisco de Assis, em Caçador. Atualmente, era pároco da Paróquia Santa Cecília, no coração do Meio-Oeste catarinense.

Conhecido pela serenidade em seus sermões e pela proximidade com os fiéis, Wilson era um porto seguro para muitos. Sua habilidade de oferecer conforto e esperança, especialmente em momentos difíceis, o tornava uma figura essencial para as comunidades que servia. Nas redes sociais, mensagens de luto se multiplicaram. “Ele trouxe paz a tantas almas”, escreveu uma fiel de Fraiburgo. “Nos ensinou a encontrar luz mesmo nos dias mais sombrios”, compartilhou outro seguidor.

Uma coincidência que corta o coração

O acidente, ocorrido na véspera de seu 57º aniversário, carrega um peso simbólico. Amigos revelaram que Wilson planejava uma missa especial para celebrar a data, reunindo familiares e fiéis. Animado, ele falava sobre novos projetos para a paróquia, incluindo iniciativas sociais voltadas para jovens em vulnerabilidade. “Ele vivia com o coração no presente e os olhos no futuro”, disse uma amiga próxima, com a voz embargada.

A perda do padre deixa um vazio não apenas na Paróquia Santa Cecília, mas em todos que o viam como guia espiritual, amigo e conselheiro.

Um acidente envolto em mistério

As circunstâncias do acidente ainda estão sob investigação. Não está claro se a colisão resultou de uma tentativa de ultrapassagem, um problema mecânico ou uma fatalidade imprevisível. A BR-280 é conhecida por seu tráfego pesado e trechos perigosos, com curvas que exigem cautela. Para aqueles que conheciam Wilson, sua morte parece envolta em um mistério que transcende explicações.

Até o momento, não há detalhes oficiais sobre o velório, mas a Arquidiocese local promete organizar homenagens à altura da contribuição do padre para a Igreja e a comunidade.

Um legado que perdura

A morte de Wilson Maiorki encerra uma jornada, mas não apaga o impacto de sua vida. Suas palavras, sua fé e seu compromisso com os outros continuarão vivos nos corações dos fiéis, nas igrejas onde serviu e nas memórias de quem cruzou seu caminho. Há vidas que, mesmo interrompidas, ecoam como uma oração que nunca termina.